Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que animais idosos não sofrem redução no número de neurônios. A descoberta contraria a ideia que se tinha de que o envelhecimento corresponde à perda de células nervosas.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram o sistema nervoso autônomo – responsável pelo controle de funções vitais – de ratos, cavalos, gatos e, principalmente, preás, que são considerados idosos aos três anos e meio de idade.
A partir das observações, puderam concluir que o número de células nervosas que se dividem é maior do que o número de neurônios que morrem com o envelhecimento.
Como explica o professor Augusto Coppi, um dos autores da pesquisa, isso faz com que a quantidade total de neurônios permaneça estável ou, em alguns casos, até aumente. “Utilizamos marcadores imunohistoquímicos especiais para detectar as células que estavam se dividindo. Mostramos que o número de células em divisão é uma proporção constante em cada faixa etária. Assim, o número total de células se mantém exatamente o mesmo em cada uma das quatro faixas etárias que observamos: animais neonatos, jovens, adultos e idosos”, explicou o professor.
O estudo, no entanto, mostrou que esta estabilidade não foi notada nas cobaias, nas quais puderam notar uma redução de 21% no número total de neurônios entre animais idosos. “Não sabemos explicar as causas dessa redução. Em compensação, no caso do cão, houve um aumento incrível do número de neurônios em animais idosos: 1.700%”, afirmou Coppi.
Essa descoberta é um marco para a comunidade médica e se soma a uma série de pesquisas que tentam amenizar os problemas causados por doenças degenerativas em humanos.
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