Explorando uma caverna da Namíbia, arqueólogos encontraram as evidências mais antigas de animais domesticados na África subsaariana. A caverna, que fica na região noroeste do país, contém ferramentas de pedra e ossos, contas e pingentes, pedaços de cerâmica e ossos de vários animais – galinha, avestruz, lagarto-monitor, tartaruga, impala, damão-do-cabo e diversos roedores.
Os pesquisadores também descobriram dois dentes que podem ser de cabra ou carneiro – eles estão gastos demais para permitir a diferenciação, mas o formato condiz com dentes de cabras e carneiros domésticos africanos da atualidade. Atualmente, não existem carneiros ou cabras selvagens na África subsaariana. Embora algumas espécies selvagens talvez tenham sido extintas há aproximadamente 12 mil anos, não há evidências de sua presença na região oeste do continente. Os pesquisadores estão certos de que os restos mortais encontrados pertencem a animais domésticos.
Os dentes têm 2.190 e 2.270 anos. Os restos mortais mais antigos até agora, datados por radiocarbono, são de um carneiro de 2.105 anos descoberto na África do sul. O estudo é uma colaboração entre o Museu Nacional da Namíbia e o Museu de História Natural de Paris e está publicado no periódico PLoS One.
Principal autor do estudo e professor adjunto do museu parisiense, David Pleurdeau afirmou que a descoberta não significa necessariamente que a população que morava próximo a esse sítio criava animais domésticos.
“Não há evidências na caverna de que os residentes eram pastores”, afirmou. “Não sabemos ainda se eles eram pastores que migraram para a região ou um grupo local que introduziu alguns carneiros.”