Coleiras coloridas e brilhantes, roupinhas que acompanham tendências da moda, bonés, sapatinhos, fantasias para o Carnaval, presilhas cheias de charme, chapéus.
Para quem não se contenta com os pelos dos cães e gatos de estimação, a diversidade de produtos para “embelezá-los” é mesmo incrível.
Só são necessários alguns cuidados antes de vestir o animal de estimação para exibi-lo durante um passeio.
Acima de tudo, deve-se priorizar a saúde do bicho. Com o calor, os cuidados têm de ser redobrados.
Alexandre Satoshi Sano, diretor da SPMV (Sociedade Paulista de Medicina Veterinária), alerta sobre os materiais próprios para animais.
– Roupa em animal não é necessária, mas sim um charme que o dono quer fazer. Se for usar, o ideal serão as feitas com tecidos leves e com produtos antialérgicos. Já coleiras devem conter forro para que não irritem a pele do animal.
A dica é não deixar o pet o tempo todo de coleira. Intervalos são necessários para que a pelagem não se quebre e para evitar os chamados embolamentos de pelo, que podem ser causados ainda pelo uso de presilhas, fitinhas e elásticos de enfeites.
– O embolamento do pelo do animal pode machucar e causar feridas, consideradas lesões primárias. O perigo é o problema virar uma infecção, ou seja, uma lesão secundária.
Já a especialista Andreza Ávila, do Hospital Veterinário Sena Madureira, explica que é possível, sim, vestir cães e gatos que tenham pouco pelo ou pelagem curta em dias mais frios.
– Esses animais são mais friorentos. No inverno, podem usar roupas feitas de algodão. No verão, cães e gatos de nenhuma raça precisam de roupa. Principalmente os mais peludos ou que tenham pelagem de pigmentação mais escura. É que já possuem uma camada de proteção.
Gatos, afirma a veterinária, perdem muitos pelos no verão. Trata-se de uma defesa natural para não sentirem tanto calor.
Caso o dono não queira abrir mão de vestir seu pet, é recomendável que o animal fique vestido o menor tempo possível e que esteja constantemente tosado para aliviar o calor.
Perigosas presilhas
Tão cobiçadas por donos de cadelas e bichanas pequenas e peludas, as presilhas merecem muita observação. Sano diz que o melhor é evitar o acessório em animais muito ativos, que podem engolir o apetrecho. O resultado pode ser uma intervenção cirúrgica.
– Ficar na dúvida se o bicho engoliu ou não o acessório pode terminar em gastos desnecessários com consultas veterinárias e exames como radiografias.
Andreza alerta ainda sobre o risco de se prender a pele do animal junto à presilha.
– Esse descuido pode causar lesão por isquemia. Isso significa que, quando presa, a pele do pet fica desprovida de nutrientes e de oxigênio. Com as gravatinhas, o cuidado deve ser o mesmo. Elas não devem ser apertadas demais, mas o ideal é evitá-las.
Cachorro pode usar sapato? E chapéu?
Algumas pessoas exageram e colocam sapatos em seus cães para que não sujem a cama ou o sofá.
O ideal, diz a veterinária, é que os animais não tenham acesso livre a determinados cômodos da casa. No entanto, é normal que cachorros escorreguem em pisos muito lisos.
Para esse caso, já existem sapatos de borracha específicos, que os ajudam a se locomover.
Trata-se de uma prevenção: um escorregão pode acarretar em dentes quebrados ou em fraturar graves.
Bonés e chapeuzinhos são indicados para bichos de pelos brancos e de pele bem clara e rosada.
O acessório o protege contra os raios solares. Nos dias mais ensolarados, é importante abusar também de protetor solar.