Eles já ganharam carrinhos de passeio e calçados para não sujar as patas, e podem se deliciar com iguarias até então presentes somente no cardápio humano, como sorvete e cerveja. Mas o tratamento correto dos animais de estimação não deve se limitar a mimos desse tipo. É preciso pensar neles também ao planejar o imóvel.
A primeira regra, de acordo com a arquiteta Flávia Soares, de Belo Horizonte, é tentar aos itens de segurança. “É a mesma preocupação que se tem com as crianças pequenas. Não é correto expor os materiais de limpeza e nem deixar as tomadas sem tampões e as janelas livres, sem telas ou outro tipo de proteção contra acidentes”, comenta. “Essas são mudanças necessárias que devem ser feitas em todas as residências, seja qual for a área”, completa.
O próximo passo, segundo ela, é integrar as medidas de segurança aos elementos estéticos. “Uma boa ideia é usar móveis, como um armário rústico, para montar a casinha dos bichos. Isso faz com que a funcionalidade não destoe da decoração nem tome muito espaço”, sugere. Quem dispõe de uma área maior pode montar um cantinho especial. “A varanda é uma das opções, já que é arejada e costuma ser grande. Por ali, é possível colocar os brinquedos e os espaços para o animal dormir e fazer as necessidades”.
O arquiteto Rico Mendonça, de Florianópolis, comenta que é possível fazer mudanças na área de serviço, de modo a facilitar, principalmente, a limpeza. “Você pode colocar o rebaixo do piso de maneira a deixar escoar os dejetos líquidos em direção ao ralo. Mas antes é preciso acostumar o cachorro ou gato a usar aquele espaço”, lembra. Ele também sugere que os pisos da casa ou do apartamento sejam de cerâmica e de PVC, ambos com um diferencial térmico que agrada aos animais nos dias quentes. “Um piso de madeira, por exemplo, dificulta o caminhar dos bichos, pois eles escorregam com facilidade nesse tipo de material”.
Outra dica de Flávia é evitar o uso de alguns itens decorativos. “Os tapetes e os sofás revestidos com tecidos mais finos não combinam muito com a rotina dos animais. Eles gostam de se esfregar e de arranhar esses materiais”. Quem não quer abrir mão dessas peças pode optar por capas de tecidos sintéticos nos assentos e por revestimentos de metal nos pés das mesas e cadeiras. “Isso vai de acordo com o gosto do morador e com o comportamento do animal”, aponta.