Fortaleza se preparar para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. São extremamente necessárias medidas visando o aprimoramento do setor em razão da expectativa de receber mais de 500 mil turistas estrangeiros para os “mega-eventos”. É necessário pensar na criação de entidades de apoio para os mais diversos setores.
Contudo, quando se fala em limpar a cidade, começo a me preocupar, pois cães e gatos sadios são sacrificados para não sujarem as ruas e praças. Os veículos de tração animal (carroças) que trafegam por vias de grande movimento, muitas vezes dirigidos por pessoas visivelmente embriagadas ou menores, podendo provocar acidentes, não são fiscalizados. Cavalos, burros e jumentos, magros, famintos e ainda sendo açoitados, carregando peso superior às suas forças, é uma constante em Fortaleza.
Este fato não pode deixar de causar espanto ao visitante que presencia cenas dessa natureza na quarta cidade do País mais procurada pelos turistas. As autoridades competentes sequer limitam o espaço para o tráfego dessas carroças que deveriam ser utilizadas somente por pessoas que estão abaixo da linha da miséria e não por donos de depósitos de material de construção. E mais: o passeio com jumentos e burricos na praia do Cumbuco – tal qual as vaquejadas-, se encontra no guia turístico da cidade, onde – com o apoio de donos de barracas para atrair clientes -, os animais já com suas forças esgotadas da jornada semanal, passam todo o final de semana carregando pessoas para cavalgar na areia frouxa, sem nenhum treinamento, o que culminou com a morte da criança holandesa Laurem Enhoom, de seis anos, após ter sido colocada nas costas de um cavalo pelos pais para o passeio.
O animal, que não era preparado para cavalgadas, saiu em disparada, indo à pequena turista cair no solo, morta. Embora lamentando – e muito – a morte da pequena Laurem, não posso deixar de lembrar este fato e apontá-lo como um inadmissível descaso das autoridades que permitem tal prática, mesmo após a tragédia.