Durante o primeiro ano de vida a maioria dos cachorros irá exibir diversos problemas comportamentais detectáveis pelos donos.
Esses problemas variam entre fazer as necessidades fisiológicas dentro de casa e latir, ou morder e até destruir a mobília de casa ou outros utensílios domésticos. A melhor estratégia para prevenir estes comportamentos, é começar o treino do cachorro no primeiro dia em que este chega à sua casa. A abordagem inicial a este tipo de problemas terá grande influência no resultado final.
Lição nº1: Inibição de morder (nunca é cedo demais para começar)
A primeira lição que os cachorros recebem nesta temática é dada pela mãe durante o aleitamento. Deste modo, a cadela rosna ou afasta o cachorro da teta se o contato for muito brusco ou doloroso, como forma de ensinar a cria a ser mais cuidadosa. A nova “mãe” deverá, desde o primeiro dia, ensinar ao cachorro que o contato com a pele humana provoca dor, manifestando através de um grito ou afastando-se do contato com o cachorro, de forma a que o animal possa perceber que se trata de um comportamento não permitido.
Lição nº2: Sociabilização e diminuição do risco de doenças infecciosas
Os animais, tal como as pessoas, aprendem através da sua experiência individual, associando as suas ações a consequências. Assim, o proprietário deverá esforçar-se em proporcionar o mais cedo possível, o maior número de oportunidades de aprendizagem com consequências positivas, de forma a reforçar os comportamentos e as respostas desejadas. As lições de sociabilização são, juntamente com as lições de inibição de morder, as mais importantes na educação de um cachorro, de forma a termos um animal calmo, seguro e afável.
Enquanto o nosso cachorro não tiver completado o plano de vacinas recomendado pelo veterinário, devemos evitar zonas de risco, como parques públicos ou outras zonas frequentadas por cães de estado sanitário desconhecido, onde estão mais expostos ao risco de contrair uma doença.
Lição nº3: A importância dos métodos de treino positivo e recompensa
O treino tradicional consistia em castigar o animal quando apresentasse um comportamento indesejado, ou na correção ou obrigação de determinado movimento – por exemplo, forçar a sentar ou a deitar enquanto se dava a ordem verbal.
Conseguimos melhores resultados se associarmos ao treino um reforço positivo, quando o animal efetua algo que queremos que ele repita. Devemos recompensar com uma festa, preferencialmente, ou uma guloseima sempre que o animal vem quando chamado pelo nome, sempre que se senta ou deita voluntariamente após uma ordem, sempre que ele urina ou defeca num local apropriado, em vez de apenas nos zangarmos quando não o faz.
Lição nº 4: Ignorar os comportamentos negativos
Por mais difícil que possa parecer seguir este conselho, deve ignorar o cachorro sempre que este exiba um comportamento inaceitável. Normalmente, ser ignorado já é castigo suficiente, se o comportamento for algo que ele faça para chamar a atenção: saltar para cima do dono, latir ou uivar para “chamar” o dono ou pedir comida. É um pouco como ignorar uma birra de uma criança. Se o animal salta para o dono quando este chega a casa, deve esperar que se acalme, ignorando-o completamente, e só fazer uma festa quando o animal tiver as 4 patas apoiadas no chão.
Outro exemplo da aplicação desta regra, é a forma como os proprietários reagem quando o animal demonstra medo face a pessoas estranhas ou outros cães, escondendo-se atrás do dono, latindo ou rosnando. A tentação mais comum é levantar o cão ao colo ou fazer-lhe festas e falar com ele para o acalmar. O que deve fazer é ignorá-lo! Ao dar-lhe atenção nesse momento estará a recompensar um comportamento agressivo e a “dizer-lhe” que há razões para ter medo. Sempre que o seu cão demonstrar agressividade para outras pessoas ou outros animais, repreenda-o e não lhe faça festas dizendo: não faz mal, é amigo! por mais anti-natural que lhe possa parecer. Deste modo estará educando o seu cão a ser mais sociável e menos desconfiado.
Lição nº 5: Truques para melhor examinar o seu cão
Para facilitar sua a vida e a do seu veterinário, tornando as idas do seu companheiro ao médico menos estressantes, deve habituá-lo a ser “examinado”. Deve estar habituado a que sejam examinadas as orelhas, as patas, os dentes, a cauda, a barriga, etc… Deve ainda habituá-lo, desde cedo, aos cuidados básicos de higiene e beleza, como escovagem do pelo, limpeza de ouvidos, corte de unhas, banho e escovagem dos dentes. Sempre que o animal se deixe manipular deve ser então recompensado com festas e frases de encorajamento e, porque não, uma guloseima.
Lição nº 6: Seja coerente
Ao contrário das crianças, os cachorros não possuem a capacidade de generalizar alguns comportamentos aprendidos em casa. Assim, quando se leva um cachorro para um novo ambiente, compete ao proprietário ensinar-lhe o que é permitido fazer nesse ambiente, utilizando para o efeito, métodos de reforço positivo.
É importante realçar que TODAS as pessoas que interagem com o cão devem tratá-lo da mesma maneira.
Lição nº7: Aceitar o tempo passado sozinho
O cachorro deve ser habituado a passar algum tempo sozinho, sem ficar muito nervoso ou ansioso. Para tal o dono deve evitar excessivas manifestações de afeto quando sai e chega em casa. No que diz respeito à permanência e às viagens de carro podemos habituá-lo, desde pequeno, a ficar sozinho por períodos de 5 minutos no carro depois de termos feito uma curta viagem, para que o cachorro encare estes momentos com naturalidade.