Volta Redonda – A comerciante Neide Célia Gonçalves, de 45 anos, diz estar sofrendo perseguição de vizinhos da Rua 7, na Barreira Cravo, onde mora. Segundo ela, calúnias e ofensas de outros moradores são comuns pelo fato de ela criar, em sua casa, nada menos que 40 gatos. Mas, o ponto mais alto que o preconceito atingiu foi a morte de três animais. Baseada em laudos emitidos por veterinários, ela comprova que os gatos foram mortos por envenenamento e espancamento.
Neide conta que o primeiro gato foi morto no ano passado. Na semana passada, outros dois animais foram mortos. “Tenho como provar que os dois animais foram envenenados e um outro espancado. Levei os bichos numa clínica e o veterinário comprovou isso”, atesta.
A comerciante, que mora na Barreira Cravo há pouco mais de um ano, se defende e diz que tem todos os laudos do Centro de Controle de Zoonoses, que comprovam que não há perigo de contaminação ou qualquer problema de saúde proveniente dos gatos.
Neide alega que já buscou ajuda no Ministério Público que, segundo ela, encaminhou a queixa à 93ª DP. A comerciante diz que procurou respostas e os policiais informaram que estão apurando o caso. “Eu preciso que alguém, algum órgão ou Ong (Organização Não Governamental) me ajude. O que estão fazendo com os animais é uma covardia. Se há algum problema com a minha pessoa, que resolva comigo, converse, mas não faça mal aos animais. Desde quando me mudei para lá nunca mais tive paz”, reclama.
Ela diz que o que mais a revoltou foi o fato de a vereadora América Tereza (PMDB), que é presidente da associação de moradores do bairro, ter lhe procurado para reclamar dos gatos. “Ela disse que vários moradores a procuraram e reclamaram da situação, que era para eu tomar uma providência”, lembra Neide.
Segundo América Tereza, vizinhos de Neide a procuraram, no ano passado, e ela apenas tentou se informar da situação. A vereadora alega não ter feito qualquer tipo de pressão. “Alguns moradores disseram que os gatos ficam andando pelos telhados, sem contar o mau cheiro insuportável. Eu a procurei para me inteirar da situação. Fui até a casa dela, mas não a encontrei. Em seguida, nos falamos por telefone. Não tenho nada contra a criação das pessoas, mas tudo tem que ser feito dentro dos limites. Se ela quer criar os gatos, tudo bem, o que não pode é os animais ficarem pulando para as casas dos outros”, finaliza a vereadora.