O cachorro tem a fama de ser o melhor amigo do homem, porém, quem tem conquistado cada vez mais espaço nos lares dos brasileiros são os gatinhos. Embora os cães ainda representem cerca de 35,7 milhões contra 19,8 milhões de felinos nos domicílios, a estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) é de que, até o final do ano, haja o dobro do crescimento da presença de gatos em residências.
Este fator é decorrente do aumento do número de moradores em apartamentos ou casas com menor área.
Isso tem dificultado a criação de cães, principalmente os de maior porte. “O gato é menor, faz menos barulho e possui hábitos de higiene que tornam o seu manejo mais simples. E, devido à sua natureza independente, os felinos podem ficar sozinhos durante alguns períodos do dia”, conta Aline Quintela, professora da Clínica Médica de Pequenos Animais da UNIME.
Por conta dos compromissos diários nem sempre sobra tempo para o dono se dedicar a passeios com os cãezinhos. Assim torna-se mais fácil cuidar de gatos. “Eles são mais independentes, pois possuem uma maior adaptação em relação aos períodos de ausência do proprietário. Os cães, na grande maioria, necessitam interagir com pessoas frequentemente. Os que permanecem por longos períodos sozinhos podem apresentar alterações de comportamento”, relata Daniela Santos Corrêa, veterinária do Hospital Veterinário da Unopar.
Outras facilidades na criação de felinos é que a maioria deles possui pêlo curto – sem necessitar de banhos ou escovação com frequência – e as necessidades fisiológicas são realizadas em uma bandeja com areia ou granulado higiênico, sem obrigatoriedade de adestrá-lo para isso. “Desse modo, basta criar um ambiente seguro, confortável e cheio de brinquedos para que o animal possa se entreter”, diz Aline.
De acordo com Quintela, acreditar que o gato não se apega ao dono ou que ele é um animal “falso” é mito. “Quem convive ou já conviveu com um gato sabe que eles são amorosos, brincalhões e excelentes amigos, entretanto, agem diferente dos cães”. Ela explica que, desde os primórdios, os felinos se desenvolveram como caçadores solitários, ao contrário dos lobos, que vivem em matilha. “Por isso, mesmo quando vivem na nossa casa eles não nos veem como um líder, mas apenas como companheiros.”
A professora ainda esclarece que para o gato não se tornar rebelde é necessário que ele tenha contato com o dono desde o início de sua vida. “Espalhe brinquedos que despertem seu interesse e, sempre que possível, castre-os para evitar a marcação territorial com urina e para não ficar agressivo com outros gatos.”
Vale ressaltar que também é preciso impor limites, assim como fazemos com os cães. “Em casos de felinos muito agitados existem produtos próprios para auxiliar na sensação de bem-estar do animal controlando este tipo de comportamento”, relata Daniela. “Contudo, antes de adquirir um gato é importante se atentar ao fato de que ele viverá vários anos e, apesar de sua independência, irá necessitar de cuidados e atenção durante todo o decorrer de sua vida”, completa.
Após a decisão, o próximo passo é a escolha da raça que mais se adapte ao seu estilo de vida. “Os cuidados de higiene devem ser sempre mantidos, tanto a do animal como a do ambiente. Evite que gato durma na mesma cama que você. Aliás, higienizar as mãos após a limpeza da caixa de areia é fundamental para evitar a transmissão de doenças através das fezes”, alerta Corrêa.
“Felinos necessitam de contato com seus donos e precisam se sentir queridos, amados… Fazendo isso, ele lhe presenteará com todo o seu amor, elegância e graciosidade”, finaliza Aline Quintela.