O Brasil enfrenta atualmente o desafio de conter o avanço de uma importante zoonose, a Leishmaniose Visceral, doença de grande importância para a saúde pública por se tratar de uma zoonose de alta letalidade. Causada por um protozoário, a transmissão é feita, principalmente através da picada de um mosquito conhecido popularmente como “palha”. O cão tem importante papel na manutenção da doença no ambiente urbano, visto que pode permanecer sem sintomas mesmo estando doente, situação que chamamos de reservatório da doença.
A doença está presente em 20 Estados e em importantes cidades, tais como, Campo Grande-MS, Belo Horizonte-BH, Fortaleza-CE, Teresina-PI, Araguaína-TO, Araçatuba-SP, Bauru-SP e várias cidades do Nordeste chegando, mais recentemente, às cidades próximas a São Paulo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a leishmaniose visceral registra anualmente 500 mil novos casos humanos no mundo com 59 mil óbitos. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% das ocorrências. Na América Latina, o Brasil registra 90% dos casos, sendo que de 3,5 a 4 mil são registrados por ano em humanos no País. Desses, em torno de 200 pessoas morrem.
A mais eficiente medida contra a leishmaniose é o combate ao mosquito hospedeiro, mas, para isso, é necessário o esclarecimento e a orientação da população para que façam uso adequado de inseticidas à base de piretróides nas residências e criatórios.
Associado ao controle ambiental, deve-se investigar os animais suspeitos que apresentem lesões de pele e enviar material para laboratório para realização de diagnóstico diferencial entre a leishmaniose e as neoplasias, micoses profundas e sarna demodécica. O uso de repelentes nos animais também é recomendado.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda produtos com 4% de deltametrina e a única opção no mercado atualmente é a coleira Scalibor®. Trata-se de uma coleira prática, sem cheiro, bastante segura e que não sofre interferência da água. Com o encoleiramento dos cães, os insetos não chegam a picá-los, evitando a transmissão da doença.
A orientação é sempre prevenir e procurar um Médico Veterinário. Esse é o profissional que está capacitado para fornecer todas as orientações no cuidado aos animais de estimação. Afinal, o Ministério da Saúde recomenda a eutanásia dos cães infectados para a preservação da saúde humana.