Quem tem plano de saúde sabe que para ir ao médico é só marcar a consulta ou o exame, apresentar a carteirinha no consultório, documento com foto e esperar para ser chamado. Pois com o animal de estimação não é muito diferente disso. Cachorros e gatos têm agora o seu próprio convênio.
Apesar de ser um mercado relativamente recente, opções não faltam. Em uma rápida busca pela internet, é possível encontrar diversas ofertas, preços, redes credenciadas e coberturas. É só analisar o que melhor se adapta ao interesse do dono e fechar contrato, na maioria das vezes ali mesmo, no próprio computador.
Na Healthlife, os planos variam de R$ 65 a R$ 120. Quanto mais caro, maior o nível de cobertura. A raça do animal não é levada em consideração. “Quando o cliente entra em contato, enviamos os três tipos, valores e informações sobre faixa etária (a partir de oito anos o preço aumenta). Com o contrato já fechado, fazemos uma visita na residência para avaliação do bichinho e perguntas sobre a rotina. O animal ganha uma carteirinha com foto, com os dados dele e do dono”, conta o idealizador Altair Sales.
O yorkshire Ozzy, que ostenta sua carteirinha da Healthlife desde 2012, já usou de tudo um pouco no plano. “Desde consultas, exames de laboratório até vacinas. Quando ele era mais novo não usava tanto, mas hoje está com 9 anos e com um problema no fígado, então está se consultando mais”, afirma a dona de casa Áurea Aparecida Oliveira Lima, de Santo André.
A “irmã” de Ozzy, Amora, de três meses, nem chegou em casa e já tinha plano de saúde. “Ela chegou no sábado e na segunda já estava coberta pelo plano e a levamos no veterinário. Dá uma certa tranquilidade saber que se acontecer qualquer coisa, podemos correr nas clínicas que não vamos ter surpresas com os valores”, diz Áurea.
Essa é justamente umas das vantagens para os donos, segundo Fernando Leibel, diretor-presidente da Health for Pet. “Imagina se acontece um acidente e na hora H o dono não tem dinheiro? Já vi gente gastando o que podia e o que não podia com o cachorro. É mais fácil ter R$ 60 todo mês do que desembolsar um valor bem maior que isso em alguma fatalidade.”
Os preços do Health for Pet vão de R$ 59,87 a R$ 239,50. Em todos os animais são implantados um microchip que carrega todos os dados. “Temos 200 veterinários que atendem em casa, PetPhone com atendimento com especialistas 24h, Pet Club, com descontos em banho, tosa e alimentação, reembolsos, e mais de 200 clínicas credenciadas. Outra vantagem é que quem tem plano também aumenta a frequência de ida ao veterinário e não só quando tem algum problema, o que ajuda, por exemplo, a descobrir doenças em estado inicial”, conta Leibel.
Desde que nasceram, a Shih Tzu Andy, de dois anos e meio, e a Mel, de um ano, da raça Lulu da Pomerânia, têm plano de saúde. “Uma consulta particular sai por volta de R$ 80 e pago um pouco a mais que isso por mês para ter quantas consultas e exames precisar. É bastante econômico se for colocar na balança”, afirma a secretária Ariane de Fátima Vizzari Cavaleiro, de São Bernardo.
Na Petplan, no qual os planos vão de R$ 69 a R$ 159, não há limites de consulta, mas há um teto de valor que pode ser gasto anualmente. “No plano básico, por exemplo, o limite é de 5 mil no ano e no plano mais top é permitido gastar até R$ 16 mil. Mas não é porque ultrapassou o limite em um dos procedimentos que perde a cobertura total, os outros continuam podendo ser usados da mesma forma”, diz Bruna Bechelli, do comercial da Petplan.
Tendência do mercado é crescer, afirmam planos
Na contramão da crise econômica, todos os planos de saúde entrevistados afirmaram que o mercado pet, principalmente no quesito saúde, está crescendo e tem potencial de alta para os próximos anos.
“O Healthlife foi criado em 2010, mas passou a ser comercializado um ano e meio depois, quando se consolidou a base de clínicas credenciadas. Hoje, posso afirmar que temos um crescimento de 10% ao mês e é um número que ainda está se ampliando”, pontua Altair Sales.
No Health for Pet, que está no mercado desde 2014, são vendidos cerca de 3 mil planos por mês, de acordo com Fernando Leibel. “No início, achamos que seria algo mais procurado pela classe alta, mas nos surpreendemos. Percebemos que a classe social é indiferente, as pessoas estão buscando mesmo formas mais em conta de cuidar do cachorro ou gato.”
Segundo Bruna Bechelli, a área de seguro saúde para animais ainda é inexplorada. “Os donos estão conhecendo agora, é uma cultura que a gente ainda não tem. A Petplan está internacionalmente no mercado há mais 40 anos, no Brasil está desde 2011. Estamos transferindo para o País a valorização da saúde do pet.”