É o novo mantra governamental: “Os animais não ficam para trás!”
Se for deixado para trás no decurso de uma evacuação, o animal deve ficar com comida e água. Além disso, é preciso marcar a casa para que as equipes de salvamento saibam que ainda há um animal lá dentro. Os proprietários evacuados também devem levar consigo uma fotografia a cores dos animais para que estes possam ser identificados mais tarde.
Estas são algumas das sugestões que os responsáveis do Office of Emergency Management de Nova Iorque têm vindo a passar aos donos de animais, depois do furacão Katrina, que causou o extravio de cerca de 200 mil animais.
Uma vez que houve pessoas que arriscaram a vida – e a perderam – para salvarem os seus animais durante a tempestade, o Congresso aprovou a lei “Pets Evacuation and Transportation Standards Act”, em 2006, que exige planos prévios, a nível local, relativos a animais domésticos em caso de catástrofe.
“As pessoas perceberam que não se trata apenas de uma questão de amor pelos animais”, diz Steve Gruber, porta-voz da Mayor’s Alliance for NYC’s Animals, uma associação de cerca de uma centena de grupos de salvamento de animais e de centros de acolhimento. “Tornou-se uma questão humanitária.”
Os centros de acolhimento de emergência municipais agora prevêem espaços para animais, diz Christina Farrell, adjunta do comissário do Office of Emergency Management. E os donos não se coíbem de levar consigo os animais numa evacuação. Durante as cheias no Midwest, em Junho de 2008, um centro em Cedar Rapids (Iowa) acolheu milhares de animais domésticos, incluindo aves, lagartos e até uma tartaruga da Florida (Trachemys scripta elegans).
Em Nova Iorque, a elaboração dos procedimentos para operações coordenadas de salvamento de animais será concluída durante as próximas semanas, dizem os responsáveis. Os grupos de defesa dos animais organizaram um exercício na Union Square, na quinta-feira, demonstrando a utilidade dos microchips, oferecendo kits de emergência e fazendo demonstrações de reanimação de animais. “Temos de ser mais solidários”, diz Dina Maniotis, diretor de serviços de saúde e humanitários do Office of Emergency Management.
Os responsáveis municipais tiveram a oportunidade de experimentar os novos procedimentos de emergência com animais durante a queda de uma grua, em Março de 2008, na zona leste de Manhattan. Durante a evacuação, cerca de 40 animais foram abandonados quando os donos se precipitaram para fora das suas casas, diz Maniotis, que ajudou a coordenar o salvamento.
Os gatos foram os mais difíceis de salvar porque, quando sentem que se trata de uma situação crítica, costumam esconder-se, acrescenta. “Até salvámos uma serpente grande”, diz. “Era verde e tinha 1,20m de comprimento”.
“Os residentes ficaram extremamente aflitos”, continua Maniotis. “Trabalhei 20 anos nos serviços sociais, mas nunca vi pessoas tão felizes. Abraçaram-me e beijaram-me por termos conseguido salvar-lhes os animais.”