O veterinário Marcus Paranhos explica que, na ânsia de agradar o animal de estimação, donos tentam cuidar deles como se fossem humanos, mas isso pode causar doenças graves e até levá-los à morte. No calor, podem até contrair a ‘gripe canina’.
Charmosos, carinhosos – e às vezes até mimados – os animais de estimação são companheiros para todas as horas e todas as estações.
Mas certos exageros na criação do animal podem favorecer o surgimento de doenças comuns aos humanos no verão, como gripe, inflamação na garganta e até uma pneumonia.
Profissionais alertam aos criadores para os cuidados que devem ter nesse período de calor intenso e fazem ressalvas aos excessos no tratamento.
Bichos não são humanos
Na tentativa de recompensar o carinho dispensado pelos animais aos seus donos, muitos criadores estendem o conforto da casa a eles. “Nesse calor, colocamos ela para dormir no ar condicionado. Costumamos dar água gelada também. Ela adora”, explica a publicitária Raquel Albuquerque, 34. Ela e as filhas Bruna, 15; e Mariana, 14, tratam a poodle Khloe, 3, como um membro da família. “Ela tem dois tumores nos olhos e uma hérnia umbilical, mas a amamos e tratamos ela como uma ‘lady’”, brinca a publicitária, que vê no conforto da casa um benefício para Khloe, que nunca teve doenças respiratórias graves.
As doenças
Mas tanto conforto assim é para humanos, animais têm fragilidades e baixar a imunidade do pet o deixa suscetível a doenças respiratórias, com a pneumonia e a gripe. A causadora da gripe canina é a bactéria Bordetella bronchiseptica. Ela pode ser combatida com o calendário vacinal em dia. Se não for tratada corretamente, a gripe pode evoluir para uma pneumonia.
Além disso, “as mudanças bruscas de temperatura, como ocorre quando os tiramos do calor e os submetemos ao frio do ar condicionado, pode ocasionar a inflamação na garganta”, esclarece o veterinário Marcus Gusmão. Ele explica que outro problema comum à humanização no tratamento do animal é o banho diário. “É só um por semana”, alerta.