A foto ao lado poderá assustar os desavisados. Esse bicho mora no mar, tem cara e nome de dragão e um nome científico tão ou mais esquisito que ele mesmo: Trachypterus jacksonensis. O peixe dragão come tudo o que sua boca em formato de tubo consegue aspirar. Antigamente, pode ter sido responsável pelas lendas da existência das serpentes do mar (seu corpo é comprido). Ele é só mais uma das espécies que vivem no Brasil e que são pouco conhecidas do grande público. A cabrinha-de-fundo, por exemplo, nem foi descrita pela ciência. Já o João-Preto é tão raro que só se conhecem 13 indivíduos no mundo.
Quem diz isso é o publicitário e biólogo especializado em peixes marinhos Alfredo Carvalho, que gosta desses animais desde menino. Passou a desbravar mares, rios e córregos atrás de espécies raras – “conheço quase todas as bacias e, do litoral brasileiro, só não fui ao rochedo São Pedro e São Paulo”. Todos os anos, passa dois meses na Bahia, onde é pesquisador do Projeto Tamar. Sua missão é desvendar espécies de peixes encontradas pelo projeto e que não são reconhecidas num primeiro momento.
Segundo ele, uma nova espécie de peixe é descoberta por dia no mundo. Nos últimos cinco anos, foram cerca de 2 mil, 600 só no Brasil.