LONDRES – Britânicos donos de cachorros podem ser obrigados a colocar microchips nos seus animais de estimação, de acordo com um projeto de lei que visa controlar os perigosos cães.
Alguns cidadãos do Reino Unido não concordam com a ideia e argumentam que agora o Estado, além de já vigiar o que acontece nas ruas por meio de inúmeras câmeras espalhadas nas cidades, também quer rastrear cerca de 8 milhões de cachorros.
“Isso só serve para expandir a vigilância e aumentar as formas de o governo reunir informações sobre nós”, disse Dylan Sharpe, membro de um grupo de defesa dos direitos humanos chamado Big Brother Watch.
O objetivo do governo é resolver o crescente problema de cachorros agressivos sendo usados para ameaçar, atacar e até matar pessoas. Em um país onde as armas são estritamente controladas e em que até levar uma faca de cozinha pode resultar em prisão, os especialistas em direitos dos animais e políticos afirmam que muitos criminosos estão recorrendo a cães violentos para assustar suas vítimas.
De acordo com a Royal Society for Prevention of Cruelty to Animals, o número de queixas a respeito de brigas de cães aumentou drasticamente de 2004 a 2008, o último anos em que dados estavam disponíveis.
O projeto do governo britânico foi elogiado por grupos a favor do bem-estar dos animais, incluindo o RSPCA, que apoia o implante de microchips nos cachorros, inclusive para mantê-los sob o cuidado de seus donos.
A proposta define os chips como “chips do tamanho de um grão de arroz, que não causam dor e são implantados nas costas dos animais”.
As informações armazenadas pelos dispositivos são facilmente acessadas por scanners utilizados normalmente por veterinários.
Ainda não está claro quando o projeto vai – e se irá realmente – entrar em vigor. Essas propostas costumam passar por um período de avaliação que dura 12 semanas.