A cena foi digna de filme: no hangar de uma companhia aérea do aeroporto de Congonhas, um cão da raça pinscher escapou do colo de sua dona enquanto ela tentava colocá-lo no carro, e correu para a pista do aeroporto. Os controladores de voo proibiram todos os pousos e decolagens por 24 minutos, levando até mesmo um avião a aterrizar em Viracopos. Soldados do Corpo de Bombeiros fizeram uma busca, mas o pequeno cão viajante não foi encontrado.
O caso ganhou até mesmo destaque internacional. Mas acidentes com pets durante viagens não são raros. Para prevenir tais situações, é importante fazer um extenso planejamento antes de tirar férias com o amigo peludo, e seguir à risca as recomendações durante o passeio.
A viagem
Quem viajará de avião deve pesquisar com antecedência a documentação necessária para o pet. Em viagens nacionais, você deve levar consigo a carteira de vacinação do animal, e um atestado de saúde do mesmo, que pode ser dado por um veterinário. Esse atestado dura apenas sete dias, então é possível que você tenha que consultar um novo veterinário antes de retornar para a cidade de origem. Viagens internacionais precisam de ainda mais cuidados. “Dependendo do país, podem pedir sorologia para raiva. Por isso, é bom falar com o consulado antes de viajar”, diz Fernanda Fragata, diretora do Hospital Veterinário Sena Madureira.
A maior parte das companhias aéreas exige que os animais sejam levados em uma caixa de transporte, em um compartimento para carga viva do avião. “Muitos cães não estão habituados com a caixa de transporte, e se estressam ainda mais na viagem. Por isso é importante ir acostumando o cão ou gato com a caixa antes do dia do embarque”, afirma Fernanda. Hoje não é mais exigido que os animais sejam sedados para viajar. Mas segundo a veterinária, é importante conversar com o médico do pet para decidir se é o caso de dar algum medicamento (ou até mesmo fitoterápicos) para tranquilizá-lo.
Já nas viagens de carro, a burocracia é menor. Ainda assim, a carteira de vacinação e o atestado de saúde são obrigatórios. A melhor opção para acomodar os pets no carro é a boa e velha caixa de transporte. Quem preferir que o cão viaje no banco deve adquirir um cinto de segurança especial.
Muitos animais ficam enjoados ao viajar. Por isso, é desaconselhado alimentá-los duas horas antes de pegar a estrada. Em trajetos com mais de quatro horas, a pausa para o xixi e a esticada das patas também é obrigatória.
O destino
Cada vez mais hotéis aceitam animais. O Spa Sete Voltas é um dos que não apenas recebe os pets, mas incentiva os hóspedes a trazê-los. “A prática na verdade vem da dona, que tem uns 25 yorkshires”, conta Daisy Moreira, secretária do hotel. Lá, os animais ficam no quarto com seus donos sem pagar nada por isso, e contam com funcionários para passear e até mesmo tomar banho. Com toda essa comodidade, os hóspedes pets são frequentes. “Recebemos sempre cães e gatos, mas de vez em quando aparece algum bicho diferente, como um papagaio ou até mesmo um macaquinho”, conta Daisy. Só existe uma regra para quem quiser levar seu animal: o saquinho cata-caca é obrigatório.