Brasília não tem procedimento padrão para animais mortos

Claro que a responsabilidade é dos donos, mas há centenas de pessoas sem condições financeiras e a CCZ deveria ajudar a tornar esse momento mais fácil…Brasília é uma cidade enorme, não justifica.

O Centro de Controle de Zoonoses diz que a responsabilidade é dos donos e que não tem como receber todos os animais que morrem nas casas. O que acaba deixando as pessoas sem saber o que fazer. Nessa quinta-feira (18) a empregada doméstica Socorro Vieira perdeu a cachorrinha de estimação. Com a morte do animal, o destino era certo: “Vou ter que jogar no mato, perto da avenida”, conta.

A vontade de Socorro era de enterrar Bolinha. Ela diz que tentou falar com os responsáveis, mas não recebeu ajuda. “O moço não soube explicar o que eu podia fazer e me deu outro número da Zoonose. Quando eu liguei, me passaram outro número. Aí, não liguei mais. Vim pra casa, peguei o cachorro e joguei fora”.

A equipe da TV Bom Dia DF também ligou para a Vigilância Ambiental e não recebeu uma orientação precisa. “Ou você ensaca e traz pra cá ou leva para o aterro do Serviço de limpeza urbana. Fora isso, só se arranjar um lugar pra enterra”, diz uma funcionária. Ao ser questionada se poderiam enterrar no quintal de casa, ela hesita e pergunta a outra funcionária.

De acordo com o Controle de Zoonoses, a responsabilidade é do dono do animal. Ele tem duas opções: encaminhar para incineração ou enterrar em local adequado.

“No momento, não existe essa possibilidade do cemitério. Foi apontada uma área que ainda não foi aprovada nos estudos de impacto ambiental, o que retardou esse processo”, lembra o gerente do Controle de Zoonoses, Rodrigo Menna Barreto.

No DF são cerca de 350 mil cães. Não existem dados disponíveis sobre quantos morrem por mês. Mas quem lida com o problema não tem dúvidas: apenas a menor parte é incinerada. O restante é colocado em locais inadequados como o lixo, o quintal de casa e até terrenos baldios.

“Isso pode trazer problemas graves até em relação à saúde das pessoas. Essas que muitas vezes catam lixo, mexem nas lixeiras e encontram animais mortos por lá. Até em estado de decomposição”, explica Marcelo Rosa, do Conselho Regional de Veterinária.

O gerente de limpeza do SLU, Ivan Rezende, afirma que na usina de lixo da Ceilândia há um forno exclusivo para incinerar animais e aponta um problema: “muitas vezes eles não cabem no forno”, diz.

Serviço:
Para receber orientações de como mandar o animal ao SLU os donos devem entrar em contato com a área responsável, pelo número  3376-1043 – Brasilia/DF.