O governador Agnelo Queiroz afirmou que vai vetar o projeto de lei que limita o acesso de cães a parques públicos administrados pelo GDF.
A proposta, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa, estabelece a obrigatoriedade de focinheira e coleiras e a necessidade de áreas específicas para os cães de qualquer porte ou raça.
“Vou vetar porque temos toda uma política voltada ao pet, uma política fortíssima com relação ao tratamento dos animais, como o hospital veterinário. Podemos fazer isso de forma organizada e civilizada”, disse o chefe do Executivo local.
Proposto pela deputada distrital Luzia de Paula, o projeto dividiu opiniões na capital federal. O diretor do Parque da Cidade, Paulo Dubois defendeu uma maior discussão a respeito do tema.
“Não sou contra a lei, acredito plenamente na boa intenção do legislador, dos deputados. Só acho que precisa de um equilíbrio, diálogo. Acho que é possível conciliar a segurança do usuário e agradar também a grande maioria que não abomina os animais, que são necessários também pra qualidade de vida”, afirmou ao G1.
De acordo com Dubois, não há registros de agressões de cães de estimação a pessoas no parque, mas sim de animais sem dono. “Cães de rua, sim, são preocupantes e atacam. Cerca de uma vez por ano há ocorrências do tipo”, disse. Mas, segundo ele, ações de Organizações Não Governamentais, como a realização de feiras de adoção, têm ajudado a reduzir esses casos.
“O que eu proponho é que os deputados utilizem o parque para esses debates, para que todos os segmentos sejam ouvidos. Ponderação, educação, conscientização devem ser feitos. O trabalho de ponderação ouve as partes e você cria o fórum ideal para esse debate. O educativo é o trabalho com as crianças, ensinando-as. E a conscientização é a ação imediata após a educação”, afirmou.
O advogado Gerardo Aguiar, de 73 anos, caminha no parque há cinco anos com a cadelinha Ice, da raça shar-pei. Para ele, a companhia é um estímulo para fazer exercícios físicos. “Ela que me força a caminhar. E faz bem tanto para a saúde dela, como para mim, porque o animal que vive dentro de uma casa ou de um apartamento tem necessidade de fazer exercícios também. Foi um estímulo que ela me proporcionou”, explica.