Sem alimentos, animais domésticos abandonados pela ESBR na Velha Mutum Paraná estão morrendo

Um leitor do Rondoniaovivo que trabalha nas proximidades do antigo distrido de Mutum Paraná, “cidade fantasma” já que a pequena vila será alagada pela Usina de Jirau, enviou relato de crueldade contra animais, que estão entregues a própria sorte após remoção da comunidade para a Nova Mutum.

Por Amauri Leal – Caminhando pelas ruas abandonadas da Velha Mutum Paraná na última segunda-feira vi uma cena que costuma mexer muito comigo, principalmente por me remeter a uma sensação de impotência diante de algo bem maior do que minhas mãos podem alcançar. Uma cadela grávida deitada no passeio de uma “casa abandonada” buscava proteção do forte sol de meio-dia. Com respiração ofegante, ela parecia estar sentindo alguma dor, além do possível incômodo da fome e da sede.

Minha primeira reação foi ligar para a ESBR-Energia Sustentável do Brasil, mas não tive como fazer isso, estamos sem comunicação, encontrar cães, gatos e outros animais abandonados nas ruas é um sinal claro de omissão humana. Eles não têm culpa de vivenciar este abandono, mas nós, sim. As pessoas têm culpa em não exigir dos políticos ações efetivas para solucionar um problema de interesse coletivo e de fácil solução; têm culpa em não ajudar de alguma forma as entidades que defendem os animais; têm culpa em adquirir intempestivamente animais de estimação para depois, irresponsavelmente, maltratá-los ou abandoná-los à própria sorte; e, finalmente, têm culpa em preferir cães e gatos, em vez de adotarem aqueles que aguardam um lar e sequer têm custo.

Grande parte do seu tempo para cuidar daqueles que costumam demonstrar muito mais amor e afeto pelos humanos do que estes por seus semelhantes. Também gostaria de convidar o Executivo e o Legislativo municipais, além de todas as entidades interessadas, a debaterem ações maduras, decentes e efetivas destinadas aos animais abandonados da Velha Mutum Paraná. Quanto à cadela grávida, ironicamente abandonada em frente a uma “casa abandonada”, não voltei a vê-la.

Autor: Amauri Leal
Fonte: Rondoniaovivo.com